domingo, 19 de maio de 2013

Elefantes de Ouro Branco.


Olá para você que está chegando aqui agora. Provavelmente, não tem muita coisa para fazer, né? Sei que sim. Se não, com toda certeza não estaria aqui. Portanto, vamos ao texto.

Antes de começar escrever qualquer coisa, quero deixar claro três pontos:

* Tenho vergonha de escrever sobre isso.
* Tenho nojo de tudo isso que está acontecendo no Brasil.
* Gostaria de aproveitar o momento para anunciar que estou vendendo uma bicicleta Caloi 10, seminova. Sou o primeiro dono. Apenas 35km rodados.

Neste Sábado (18/05/2013), foi reinaugurado oficialmente o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, com a final do Campeonato do Distrito Federal. Esse JOGÃO definiu o Brasiliense como Campeão Candango de 2013, com a vitória sobre o Brasília, por 3 a 0. Porém, isso é o que menos importa agora. Essa festa toda é só um detalhe.

Com atrasos nas obras, o estádio Mané Garrincha foi entregue com 97% das obras concluídas. Porém, o que me chamou mais atenção e deveria chamar a sua também, são os baixíssimos índices de público na região. O local recebeu uma Arena para 71.400 espectadores, FINANCIADA PELOS COFRES PÚBLICOS (Seu dinheiro, meu dinheiro, do seu Pai, da sua Mãe, da sus prima, etc.). Onde o gasto estimado seria de R$ 600 mil (o que já é um absurdo sem precedentes), já gira em torno de R$ 1,3 bilhão, sem contar a parte externa do estádio. O candidato a Elefante Branco é o segundo maior e mais caro do país, atrás do Maracanã. (Pausa para beber uma água. Passando mal já. Nojento.)


Estádio Mané Garrincha.
O palco da estreia da seleção brasileira, contra o Japão, Brasília convive com estádios SEMPRE VAZIOS. Somados, os campeonatos brasilienses da 1ª divisão dos últimos dois anos levaram 116.117 pessoas a 152 partidas: uma média de 763 PESSOAS POR JOGO. Não é suficiente para encher duas vezes o novo Mané Garrincha. (A propósito, o ídolo do Botafogo deve estar se revirando no túmulo por ter seu nome envolvido com tanta mentira e roubalheira). Tentando resumir, todo esse dinheiro ficará passeando por Brasília por muitos e muitos anos.

Não quero nem escrever muito sobre a Arena Amazônia, em Manaus, a Arena Pantanal, em Cuiabá, e o Estádio das Dunas, em Natal, todos com cerca de 42 mil lugares. Mesmo diante da incerteza sobre o futuro uso desses estádios, os valores investidos neles alcançaram cifras exorbitantes. O estádio de Cuiabá custará 519 milhões de reais; o de Manaus chegará a 515 milhões; e o de Natal, a 350 milhões. 

Foto ilustrativa - Arena Amazônia
A grande capacidade desses estádios contrasta com as médias de público das séries B, C e D do Campeonato Brasileiro. As divisões inferiores do Brasileirão têm médias que oscilam entre 2.100 mil a 4.500 mil torcedores. Isso me assusta. Porém, o governo federal defende que, dada a grandiosidade do evento, a construção nesses estados de arenas para a Copa era imprescindível. A verdade é que tudo ainda é uma incógnita.

O que vão fazer com esses quatro estádios que citei após a copa? Tanto dinheiro gasto nesses futuros ELEFANTES BRANCOS. Ou seria ouro branco? Tinha realmente essa necessidade como afirmou o governo federal? Vão trazer oportunidades, jogos de outros estados? Não sei. Veremos.

Perguntas que vão demorar anos para serem respondidas.

Até lá, veremos no que dá!

Abs.,
David Tavares

Nenhum comentário:

Postar um comentário