terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Eurico, esquece o Flamengo

Desde o retorno de Eurico Miranda ao Vasco da Gama, tudo que se ouviu falar foi em sua rivalidade com o Flamengo. De acordo com o poderoso chefão, vencer o rubro-negro é um título à parte. Uma pergunta começou a perambular o bom senso vascaíno: de que adianta vencer 1 jogo e perder outros 37? Nada. Essa fissura do atual-antigo presidente cruz-maltino pelo Flamengo, só atrapalha o caminho que o Vasco tem por ideal, é mais um problema a ser resolvido.

Enquanto o clube perde em vários aspectos - desde de política a credibilidade - o dirigente insiste em alimentar tal rivalidade, dando mídia, espaço nos jornais e no clube. Tenho pra mim que Eurico Miranda é flamenguista, daqueles que usam pijama e tudo, pois se encaixa perfeitamente no ditado que as vovozinhas espalhadas por esse Brasil criaram: quem desdenha quer comprar.

Até acredito que entre um tapa na mesa e outro, uma bravata ou outra, as vezes, ele pensa no Vasco, em seus interesses, nos seus ideais, mas sempre enfrentado o Flamengo. Melancólico, não?

Sua volta ao clube, ao qual declara tanto amor, foi festejada por muitos e rejeitados por outros tantos, mas que concordam em um único ponto e pedem:  Eurico, esquece o Flamengo.


David Tavares

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Papo com deus!

No mundo do futebol existem deuses de todos os tipos, cores, modos e linhagens. Uns fortes, outros nem tanto assim, mas de toda forma, deuses. Alguns superam a esfera de denominação e mesmo que com a mais tenra humildade, se tornam criaturas da mais pura linhagem, raça única, sem mácula, sem ruga. E Arthur Antunes Coimbra, mais conhecido como Zico, é um desses deuses da bola. Quem acompanha o meu blog sabe das minhas preferências no futebol, mas sabe também, que minha reverência a ídolos máximos é algo irretocável. Neste país, quiçá no mundo, todos deveriam, como meros mortais, se prostrar perante a genialidade desse deus mitológico que é o Galinho. E hoje eu tive um papo com deus, pra minha sorte.

Atualmente Zico treina o Football Club de Goa, clube da cidade de Goa, na Índia, que começou a jogar em 15 de outubro de 2014, durante a temporada inaugural da Super League indiana. No último sábado ganhou a primeira e saiu da lanterna da competição. São três derrotas, um empate, e essa vitória contra o Delhi Dynamos FC por 2 a 1, de virada, com um gol nos acréscimos. E parece que a primeira vitória empolgou Zico, já que minha primeira pergunta foi em relação ao futebol indiano e essa experiência vivida por ele.

“Por aqui está tudo muito bem. Temos uma ótima atmosfera do futebol, respiramos isso. Pra se ter uma ideia, a audiência dos jogos televisionados superou os números da Copa do Mundo no Brasil”, explicou.

Sobre a primeira vitória, o galinho se mostrou esperançoso com o time e o quanto pode chegar longe no campeonato.

“Nosso time, apesar de estar jogando muito bem, está finalizando mal. Esse é um dos motivos de só termos vencido uma partida. Mas, caso vençamos amanhã, daremos um salto muito bom na classificação”, acrescentou Zico.

O Galo está feliz da vida! E não é o Galo de Minas. Figura carimbada e importantíssima nos duelos entre Flamengo e Atlético Mineiro nos anos 80, onde a rivalidade se construía aos poucos em jogos mais do que disputados, Zico falou sobre a época e aproveitou para deixar um palpite para o jogão de hoje á noite no Mineirão, pela semifinal da Copa do Brasil.

“Sobre Flamengo e Atlético Mineiro sempre foi jogão, principalmente na época em que era base da Seleção Brasileira de Telê Santana. Dava gosto. E em relação ao jogo de hoje, acho que dá 1x1 e o Flamengo vai pra final”, disse o maior jogador da história rubro-negra.

Por fim, falar com alguém desse quilate não é todo dia. É de se valorizar. Seja qual for o seu time, cor, raça ou religião, saiba que esse deus existe e é gente fina demais. No meio de tantos mortais que se acham deuses, Zico é um deus que se faz de mortal.

David Tavares

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Pelado no IML


Não existia motivos pra se duvidar do Flamengo no Maracanã, nesta quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Se o Coxa venceu o primeiro jogo por 3 a 0 em casa, por qual motivo o rubro-negro não seria capaz de tal feito? Foi uma classificação mais difícil do que deveria ser, mas normal.


Nem a noite chuvosa, fria e de maracanã parcialmente vazio, foi capaz de parar o Flamengo rumo as quartas de final. Obviamente e havemos de concordar, um dos pênaltis marcados foi puramente invenção do juiz, que de certa forma, prejudicou o Coxa e deu ânimo pro Flamengo. Foi determinante? vocês quem vão dizer.

Uma vitória importante e que mostra um Flamengo bem diferente daquele que estava peladão na gaveta do IML da zona de rebaixamento do Brasileiro. Mais organizado e com objetivos claros. Tudo isso aliado a uma noite inspirada de Paulo Vítor, que pegou dois pênaltis.

Sábado me parece que tem maracanã lotado, não? Grêmio que segure essa empolgação rubro-negra, que ao que tudo indica, está sem freio.

David Tavares

domingo, 24 de agosto de 2014

Flamengo na Bolívia


Quando a coisa está feia, eu sou o primeiro a reclamar, criticar e pedir a opinião de vocês. Mas as coisas deram uma leve mudada de categoria no Flamengo nos últimos jogos, o que pra esse campeonato mequetrefe que é chamado de Brasileirão, quando na verdade não passa de um campeonato boliviano com grife, é o suficiente para um time com o mínimo de organização se dar bem. E aí está o rubro-negro, que há um mês atrás era afogado pela assustadora lama gelada da zona de rebaixamento, com 4 vitórias consecutivas e na 11° colocação da competição.

Eu reclamei do Luxemburgo em sua volta, é verdade. Mas até o cego de Jericó veria que o Flamengo precisava de uma mudança de comando imediatamente. Disse "comando" sendo extremamente generoso com Ney Franco, que de acordo com Silvio Luiz, apanha na "cozinha da patroa" diariamente.

Mas as mudanças vieram, a mínimas possíveis é verdade. Organização em campo, consistência nas jogadas e reconhecimento das deficiências técnicas do time, tudo identificado e arrumado pelo Luxa, sejamos justos. Isso "tudo" aliado a malevolência do croata brasileiro gente boa, Eduardo da Silva, que já virou o Hernane da Nação e desandou a fazer gols por todos os cantos.

Ta vendo só? Bastou o mínimo de comprometimento e organização pra começar a sonhar com G4 e ficar por ali, de boa, no meio da tabela, enquanto os outros se descabelam na briga pra permanecer na serie A do Bolivianão. 

David Tavares



segunda-feira, 23 de junho de 2014

Mais do que deveria



Mais sofrido do que deveria ser, mais cansativo do que deveria ser, mais perigoso do que deveria ser. Assim foi a classificação da seleção brasileira para as oitavas de final da Copa do Mundo. A vitória por 4x1 sobre a já eliminada seleção de Camarões criou um misto de alegria com certa desconfiança, até mesmo pelo sofrível primeiro tempo contra um time tão limitado.

O tímido “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” dava o tom do jogo, e até mesmo de toda primeira fase executada sem a perfeição que esperávamos de nossos craques. Nelson Rodrigues, em uma de suas crônicas, disse que se o brasileiro estivesse em seu estado de graça, seria impossível ser parado pelo adversário. De fato.

A problemática é exatamente esta. Nem todo jogador está em “estado de graça”, vide Paulinho, que se transformou em reserva no Tottenham da Inglaterra, Daniel Alves, que em suas subidas descabidas desguarnece a zaga e até mesmo Fred, que apesar do gol, não é o mesmo de um ano atrás.

Talvez a solução pra esses problemas esteja no banco de reservas. A entrada de Fernandinho é um claro exemplo. Aliás, essa é a segunda vez que entra em campo e vai pra galera comemorar.

Ah, Neymar. Nunca dependemos tanto de um jogador. O moleque manda e desmanda no jogo. Mais uma vez foi senhor da partida, marcou dois gols, empolgou a torcida, fez a festa. Não temos pra onde correr, é ele. Perdoem os elogios, mas precisamos dele, queiramos ou não. Existe uma sintonia: Copa, torcida, Neymar, gol.

Não deixemos o resultado esconder nossos defeitos, e na real, essa é minha grande preocupação. A falta de variação tática, o espaço gigantesco no meio campo. Problemas que podem ser sanados nos treinamentos, mas que precisam de atenção especial.

A nossa paixão nos diz que o Brasil poderia mais, especialmente por jogarmos em casa. A razão confronta com a desconfiança de uma primeira fase ruim.

Nada que um Brasil e Chile não resolva.

David Tavares