Escrever
textos nas derrotas não tem muito sentido pra mim. Seria o mesmo que bater em
cachorro morto. Criticar Flamengo e Botafogo é fácil demais, uma vez que quando
estavam ganhando, eram os melhores do Rio. Hoje, os piores.
Cobrar faz
parte, desde que as pessoas certas. Ontem, mais de 50 mil rubro-negros
estiveram no Maracanã e vaiaram os jogadores. Ao final da partida foi possível
ouvir, em alto e bom som, "time sem vergonha". Seria mesmo? Logo aos
18 minutos do primeiro tempo, Jayme de Almeida foi agraciado com a lesão de
Elano, que, convenhamos, está lesionado desde sempre.
No banco de
reservas: Paulo Victor, Nixon, Feijão, Chicão, Welinton Negueba e Gabriel, o que
foi escolhido para função. Como se entra na Libertadores com um banco de
reservas desse? Paulinho ao fim do jogo caía aos pedaços. Olha pro banco e quem
entra? Nixon. É culpa do Jayme? Óbvio que não. As parcelas de culpa devem ser
bem divididas. Isso só nos prova que o título da Copa do Brasil, ano passado,
foi tudo "por acaso".
Reconhecer as deficiências é o primeiro passo para a melhora.
Já o
Botafogo, por sua vez, parecia querer mais. Tinha mais garra, mais vontade, mais
"sangue nos olhos". Porém, a diretoria não entendeu que se tratava de
um dos melhores momentos da história do alvinegro e, sem responsabilidade,
colocou pra rolo um quase técnico. Eduardo Húngaro, uma aposta sem a menor
expectativa de sucesso. E deu no que deu.
É
inacreditável ver como o nível do futebol brasileiro, ou carioca, beira o
ridículo. O Fla, que é o atual campeão da Copa do Brasil, disputou vaga com um
equatoriano, um boliviano e um mexicano. Ficou em ÚLTIMO no grupo. Já o
Botafogo, que ficou em quinto no Brasileirão em 2013, brigou com um argentino,
um chileno e um equatoriano. E mesmo assim, fez sua pior participação da
história na competição.
Não há
explicação para derrotas. É levantar a cabeça e trabalhar. Parar de
"achar" que o Brasil é o país do futebol e JOGAR futebol.
David Tavares.