Mais sofrido do
que deveria ser, mais cansativo do que deveria ser, mais perigoso do que
deveria ser. Assim foi a classificação da seleção brasileira para as oitavas de
final da Copa do Mundo. A vitória por 4x1 sobre a já eliminada seleção de Camarões
criou um misto de alegria com certa desconfiança, até mesmo pelo sofrível
primeiro tempo contra um time tão limitado.
O tímido “eu sou
brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” dava o tom do jogo, e até mesmo
de toda primeira fase executada sem a perfeição que esperávamos de nossos craques.
Nelson Rodrigues, em uma de suas crônicas, disse que se o brasileiro estivesse
em seu estado de graça, seria impossível ser parado pelo adversário. De fato.
A problemática é
exatamente esta. Nem todo jogador está em “estado de graça”, vide Paulinho,
que se transformou em reserva no Tottenham da Inglaterra, Daniel Alves, que em
suas subidas descabidas desguarnece a zaga e até mesmo Fred, que apesar do gol,
não é o mesmo de um ano atrás.
Talvez a solução
pra esses problemas esteja no banco de reservas. A entrada de Fernandinho é um
claro exemplo. Aliás, essa é a segunda vez que entra em campo e vai pra galera
comemorar.
Ah, Neymar. Nunca
dependemos tanto de um jogador. O moleque manda e desmanda no jogo. Mais uma
vez foi senhor da partida, marcou dois gols, empolgou a torcida, fez a festa.
Não temos pra onde correr, é ele. Perdoem os elogios, mas precisamos dele,
queiramos ou não. Existe uma sintonia: Copa, torcida, Neymar, gol.
Não deixemos o
resultado esconder nossos defeitos, e na real, essa é minha grande preocupação.
A falta de variação tática, o espaço gigantesco no meio campo. Problemas que
podem ser sanados nos treinamentos, mas que precisam de atenção especial.
A nossa paixão
nos diz que o Brasil poderia mais, especialmente por jogarmos em casa. A razão
confronta com a desconfiança de uma primeira fase ruim.
Nada que um
Brasil e Chile não resolva.
David Tavares
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