quinta-feira, 10 de abril de 2014

O país do futebol

Escrever textos nas derrotas não tem muito sentido pra mim. Seria o mesmo que bater em cachorro morto. Criticar Flamengo e Botafogo é fácil demais, uma vez que quando estavam ganhando, eram os melhores do Rio. Hoje, os piores.

Cobrar faz parte, desde que as pessoas certas. Ontem, mais de 50 mil rubro-negros estiveram no Maracanã e vaiaram os jogadores. Ao final da partida foi possível ouvir, em alto e bom som, "time sem vergonha". Seria mesmo? Logo aos 18 minutos do primeiro tempo, Jayme de Almeida foi agraciado com a lesão de Elano, que, convenhamos, está lesionado desde sempre.

No banco de reservas: Paulo Victor, Nixon, Feijão, Chicão, Welinton Negueba e Gabriel, o que foi escolhido para função. Como se entra na Libertadores com um banco de reservas desse? Paulinho ao fim do jogo caía aos pedaços. Olha pro banco e quem entra? Nixon. É culpa do Jayme? Óbvio que não. As parcelas de culpa devem ser bem divididas. Isso só nos prova que o título da Copa do Brasil, ano passado, foi  tudo "por acaso". Reconhecer as deficiências é o primeiro passo para a melhora.

Já o Botafogo, por sua vez, parecia querer mais. Tinha mais garra, mais vontade, mais "sangue nos olhos". Porém, a diretoria não entendeu que se tratava de um dos melhores momentos da história do alvinegro e, sem responsabilidade, colocou pra rolo um quase técnico. Eduardo Húngaro, uma aposta sem a menor expectativa de sucesso. E deu no que deu.

É inacreditável ver como o nível do futebol brasileiro, ou carioca, beira o ridículo. O Fla, que é o atual campeão da Copa do Brasil, disputou vaga com um equatoriano, um boliviano e um mexicano. Ficou em ÚLTIMO no grupo. Já o Botafogo, que ficou em quinto no Brasileirão em 2013, brigou com um argentino, um chileno e um equatoriano. E mesmo assim, fez sua pior participação da história na competição.

Não há explicação para derrotas. É levantar a cabeça e trabalhar. Parar de "achar" que o Brasil é o país do futebol e JOGAR futebol.

David Tavares.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Camisa 10


Que bela partida pôde ser vista ontem, entre Flamengo e Emelec, em Guayaquil. É obvio que não pelo primor técnico, mas sim pela roda gigante de emoções. Vivo ou eliminado? Eis o coração rubro-negro no sofá de casa.

Ao contrário do que aconteceu em outros jogos fora de casa, o Flamengo fez o gol cedo. Como Maradona, que com a mão fez um gol histórico contra a Inglaterra na Copa de 86, o zagueirão do Emelec, esticou o bração para evitar o gol do Alecsandro. Mas de nada adiantou. Pênalti. E bem batido por sinal. 1x0.

O Emelec chegou a empatar com STRACQUALURSI, também de pênalti. É isso mesmo que você leu. STRACQUALURSI é o nome da fera. Com gol, esperava pressão dos equatorianos, mas não houve. O equatorianos vivem de força e vontade. Só.

Aí entrou o renegado Negueba, o alegria nas pernas, mas longe do Flamengo. E assim os torcedores queriam o jogador, longe. Mas foi ele quem fez a diferença, meus amigos. O moleque entrou e bagunçou. Alecsandro foi escolhido o melhor em campo, mas o garoto foi quem mudou tudo.

O empate era péssimo. Mas pra ser sincero, Flamengo tem um pouco dessa coisa do impossível, né? Não teria graça de fosse fácil. Para os rivais é chato. Mas pro torcedor... é uma confiança danada nesse timeco rubro-negro. 

Aos 48 minutos, empate decretado, Negueba descola aquele lançamento maroto pro Paulinho, que deu o último gás na corrida. A bola viajou e subiu, subiu, subiu. Não existe um flamenguista na face da terra, que tenha visto a partida, que não se levantou nessa hora. Impossível.

Pé de Paulinho e fundo das redes. 2 a 1, vitória improvável e decisão no Maracanã, quarta-feira, contra o León. Só a vitória interessa. Empate ou derrota significam ELIMINAÇÃO.

Portanto, é Maraca lotado e pressão nos mexicanos. O camisa 10 estará na arquibancada.

David Tavares