Parecia o velho Maracanã, no bom sentido. A torcida
do Flamengo deu show nas arquibancadas de um dos estádios mais místicos do
mundo. Gritou, vibrou, vaiou e mais que isso, entendeu que o time precisava.
O Cruzeiro, pensando que poderia segurar mais de 50
mil vozes, apenas se defendeu. Ledo engano. Tecnicamente é até melhor, mas foi
covarde. O Flamengo, corajoso.
No primeiro chute do rubro-negro em direção ao gol,
saco. O cara que foi dúvida durante toda a semana decidiu. Elias, Elias, Elias.
Um jogador que qualquer time gostaria de ter em
campo. Luta, joga, acalma e resolve. Um gol inteligente, de craque, diferente.
A torcida da arquibancada não deve ter visto o
lance, estava em chamas, ensandecida. Nessa hora, todo mundo é amigo, primo,
irmão. Um abraço e comemoração.
“A maior torcida do mundo faz a diferença.” Faz a
diferença, mas não entra em campo.
Contagia sim, mas depende muito mais dos 11 em campo, sinceramente.
Desde o gol do Carlos Eduardo no Mineirão, semana
passada, o torcedor tinha certeza da classificação. Não sei como, mas tinha.
Apesar de inferior na razão, na emoção deu aula. Um
gol “contra-indicado” para cardíacos. O choro da luta, do sacrifício.
Flamengo e Maracanã, uma derrota não combinaria.
Muitos dizem que lá só tem Elias, e é verdade.
Ele foi mais que suficiente.
Abs.,
David
Tavares.